A evolução do homem acontece lenta e progressivamente. Embora pareça estagnada ou retroativa, segue uma direção avante e o resultado se faz real em seus detalhes. A arrogância e prepotência humana é um grande empecilho deste processo, e retarda seu andamento. Muitas vezes, o homem age de maneira soberba e egoísta através dos conhecimentos científicos adquiridos durante a sua vida. Faz uso das ciências para proveito próprio , para fins gananciosos e até mesmo maléficos para a humanidade e para a natureza que nos dá a vida.
Estamos imersos em um mundo desigual e fragmentado territorialmente, culturalmente, socialmente e economicamente. As segregações sociais nos são impostas por meio de padrões - raça, etnia, religião, status econômico, estilo de vida – mas elas se rompem constantemente e pertubam a 'ordem'. Porque, na realidade, todo e qualquer tipo de fronteira é criada pelo homem. Mas somos da mesma origem que é Deus, participamos do mesmo processo de evolução, temos as mesmas capacidades fisícas , mentais e espirituais e temos as mesmas necessidades. A humanidade é uma só, mas ela se encontra segregada, dispersa, desunida. E isso atrasa a nossa evolução e enfraquece a energia global que rege esse processo...
Sequer temos consciência disto, pois estamos corrompidos pela sociedade na qual vivemos, seja ela qual for. A 'ordem' nos molda e prosseguimos como sendo livres, porém, estamos sempre sendo controlados e limitados por conveniências preestabelecidas pelas autoridades que nos governam. Para tudo que queremos e precisamos fazer, somos guiados por normas presentes em qualquer lugar do mundo. Respeitamos horários, calendários e temos infinitas leis a obedecer. Somos punidos, presos, levados a morte ou nos é tirado todos os direitos necessários a uma sobrevivência digna.
Para que tantas regras se os direitos não iguais? Se tantos passam fome e uma minoria desfruta de tantos prazeres? Se não somos livres para agir conforme nossas convicções? Somos livres para se expressar. Mas do que adianta as palavras, as manifestações literárias, sociais, artísticas, se muitas ideias não podem ser concretizadas por não se enquadrarem na 'ordem'? Vivemos numa democracia? Seria, essa, uma democracia da ordem. Fora dela, nada resta. Para piorar, podemos pensar que para cada sociedade, a ordem se faz de um modo diferente, de acordo com a realidade da qual faz parte, do que mais precisa ser controlado e 'equilibrado'. Com tantas 'ordens' dispersas no mundo, brotam respectivos interesses e necessidades pelas quais cada sociedade é obrigada a lutar e defender. Desse modo, a comunicação entre os povos fica ainda mais defasada e ineficiente, se pensarmos que poderíamos caminhar juntos e livremente, porque de nada somos donos aqui. Ninguém é proprietário de nada. Por isso nascemos nus e o que carregamos conosco são os nossos laços familiares. O cordão umbilical é a perfeita metáfora da união humana, da corrente de evolução que nos prende num mesmo campo magnético.