sábado, 21 de outubro de 2017

O sopro da vida vira cinzas

O sopro da vida vira cinzas

Sopro ensurdecedor
Vendaval devastador
Mistério de horror
Sofrimento, dissabor

Escuridão que cega
Rio que seca
A alma, disseca
O coração, dilareca

Do pranto ao lamento
Do grito ao silêncio 
Ecoa tormento
Insanidade dos mortais

Dor que sufoca
Te joga do abismo
Te leva à derrota
Te tira da rota

Desorienta os sensatos
Faz cessar os desacatos
Desafina as melodias
Tornam sem fim, os dias

Abre fendas no chão
E cicatrizes na emoção
Emoção que se esvazia
Transforma em deserto, a alegria

Vem de preto
Essa é a sua cor
Aos que sentem amor, 
Traz dor, vazio e ausência 

A existência se esvai
Não se tem mais calor
Tudo se torna gélido
Sem sentido e sem cor

Assim como os corações 
Daqueles que aqui ficam 
Se fortalecendo em orações
À espera do fim

À espera da vida eterna
Para viver um reencontro 
Em outra dimensão e realidade
Que podem trazer a imortalidade

Enquanto isso, 
Para os que aqui ficam
O espetáculo da vida 
se assemelha a um sopro

A um vento que passa ligeiro
A um trem que percorre estradas
Sem paradas no meio do caminho
A parada final é a morte

Quando ela chega,
O sopro da vida vira cinzas. 

02/10/2017 


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