sábado, 26 de maio de 2018

Entrevista com a autora Julia Wundrach


Entrevista com a autora JULIA WUNDRACH

"A era é de mudança, acabar com o sofrimento e trazer mentes abertas, o passado já foi muito cruel, daqui para frente só conquistas."
 
- Onde nasceu e qual a sua idade? Nasci no Rio de Janeiro, na zona norte e tenho 21 anos.

- Há quanto tempo escreve? Escrevo desde criança, escrevia cartas, depois aos 15 tive um blog, escrevi textos motivacionais e depois surgiu a ideia do livro, mas mesmo assim mantive os textos, troquei por mensagens curtas ou contos e posto nas redes sociais.

- Quais são seus gêneros literários favoritos? Meu gênero favorito é o Romance, eu amo demais, mas também gosto muito de drama e livros teóricos.
 
- Qual é a importância do curso de Letras na sua trajetória de vida? 
Eu comecei a fazer Letras depois que meu noivo me incentivou. Eu já dava aulas de inglês, mas fazia outro curso. Eu sempre quis escrever um livro, mas achava que era uma realidade muito distante de mim, no curso de Letras eu tive um corpo docente maravilhoso, professores incríveis, profissionais super modernos e completos, e todos têm livros publicados - o que me aproximou da realidade de ser escritora.
Tirei muitas dúvidas com meus professores que me incentivaram demais. Uma professora em especial foi quem acompanhou todo o processo de escrita e publicação do livro.
A universidade onde cursei é muito completa, eu tive contato com profissionais que eu nunca imaginei, os conteúdos foram incríveis, as oportunidades, projetos, tudo me fez aprender muito e querer aprender ainda mais. A faculdade teve um papel muito importante nessa jornada. Agora, com o livro publicado, me abriram oportunidades para participar de vários eventos fazendo palestras e divulgação. Eu sou muito grata.


- Na sua opinião, como educadora, o que mais precisa mudar para que seja possível oferecer uma educação de qualidade aos jovens? Quais as maiores dificuldades que você enfrenta nas salas de aula? A educação está em uma balança ao ponto em que as oportunidades evoluem, a tecnologia avança, os materiais se desenvolvem, a formação continuada vai evoluindo para fazer com que o profissional mude e cresça junto. Ainda existem muitos que insistem em não abrir mão do tradicionalismo, não fazer da escola um lugar de mudança, não se dar a oportunidade de abrir a mente e acompanhar as evoluções do mundo e da sociedade.
O sistema educacional, por mais chances e oportunidades que surgem, ainda está lentamente aceitando e aos poucos se soltando daquela educação do passado, mas ainda de forma muito relutante. A sala de aula precisa mudar porque os alunos mudaram, a sociedade mudou, as necessidades são outras, as informações chegam mais rápido e a chance de construir um mundo diferente está nesse ambiente educacional. É necessário entender como a mudança vai fazer uma enorme diferença. Mudar é crucial para crescer.

Os meus desafios estão na falta de estrutura, na desmotivação do aluno e no total descaso do governo. A gente tem tanta ideia, tanta teoria para colocar em prática, mas não tem subsídios. Os alunos chegam para nós com uma carga pesada demais que a vida já impôs e sem acreditar no futuro. Acredito que seja pela maneira como a educação é tratada politicamente. Os alunos têm ciência de que os governantes não se importam com suas necessidades. Aparentemente a sociedade desacredita dos efeitos positivos que só a educação traz. Estamos desvalorizados.


- Quais são as principais temáticas abordadas em suas palestras? Em minhas palestras falo sobre a violência doméstica, relacionamento abusivo, anulação, abusador e vítima. Eu envolvo a temática do livro e falo dele também. Conto o que me inspirou a escrevê-lo e conto minha história - tanto no processo de escrita quanto minha missão de vida!

- Como o seu romance é baseado em fatos reais, o que mais te motivou a escrever essa história? Qual mensagem pretende passar através dela? A história que inspirou o “Por incrível que pareça" foi um relacionamento do qual eu fui vítima. Eu tinha essa história vivida e queria uma história para escrever um livro, mas não tinha coragem. Fiz alguns cursos de escrita criativa, conversei com profissionais e depois de descobrir minha missão de vida - que é resgatar e transformar a vida das pessoas através do meu trabalho - eu percebi que minha história era a grande oportunidade disso. Eu não podia me calar mais uma vez, mulheres estavam sofrendo naquele momento e eu não poderia deixar isso continuar acontecendo. Foi difícil, mas a causa era muito maior, eu precisava cumprir minha missão.
A mensagem que eu quero com esse livro é a de identificação e transformação. Meu leitor pode identificar a si ou outra pessoa como vítima, agressor, espectador, o que seja, para assim poder levar adiante a mudança. Eu quero ver transformação no mundo. Chega de violência.


- Conte-nos um pouco mais sobre a sua história. Como você descreve a protagonista? Quando você menciona o termo "relacionamento abusivo" na sinopse, seria essa a temática principal da narrativa? A Carla é uma mulher especial, sou suspeita para falar, mas ela é diferente, intensa, tem um olhar lindo demais por seu trabalho e sua vida, mas principalmente pelas causas das outras pessoas. Ela é muito guerreira e batalhadora, forte, mas mesmo assim é de uma presença tão delicada! Ela deseja mudar o cenário, quer fazer a diferença, quer abraçar o mundo, cansou de ouvir os mesmos ditados, ela veio para quebrar paradigmas. Ela não quer saber se seus braços são grandes o suficiente para caber todos os seus objetivos, ela não se importa com grandes escalas, o importante é resgatar. A Carla é uma mulher tão incrível e sabe levar toda essa responsabilidade de uma forma tão humilde, sutil e bem humorada que se torna leve, até mesmo quando o assunto é violência. Minha intenção não foi deixar o assunto leve, mas que parecesse tão próximo do leitor que ele começasse a enxergar o quanto isso é comum, e rolar aquele esquema da identificação. Minha protagonista faz um trabalho ótimo em contar essa história justamente desse jeitinho.
Sim, a história acontece em torno de um relacionamento abusivo.


- Quais os maiores desafios você teve que enfrentar para concluir essa obra? O desafio maior foi uma batalha interna entre querer contar a história, mas ter medo das reações, de me expor. Foram várias autossabotagens, eu cheguei a excluir o arquivo do livro do meu computador porque eu não queria mais reviver essa história.

- Você optou pela publicação independente ou pela publicação tradicional, através de uma editora? Quais foram os motivos que te fizeram optar por tal modalidade de publicação? Eu fiz publicação independente. Eu recebi conselhos e dicas para optar por esse tipo de publicação na minha primeira obra e como eu estava muito ansiosa para ver o trabalho concretizado quis participar de todo o processo, e a publicação independente me pareceu mais viável para esse objetivo.


- Haverá lançamento? Houve um lançamento que chamei de principal, dia 5 de maio. Também ocorrerá um em outro evento literário em uma universidade junto com palestra, e tenho participações marcadas em eventos literários pelo Rio de Janeiro.

- O livro está em versão física e digital? Como os leitores podem adquiri-lo? Versão física, estou planejando a digital. Pode adquirir diretamente comigo que eu envio para todo o Brasil pelo correio, podem me contatar pela página no Facebook Escritora Julia Wundrach, instagram @escritorajuliaw e e-mail juliawundrachp@gmail.com .

- Possui outros livros? Caso possua, cite-os para nós. Ainda não, mas tenho projetos que sairão em breve.

- Pretende escrever outros? Tem algo em mente? Eu amo escrever e, sim, eu tenho planos. Estou com muitos pedidos para a continuação do "Por incrível que pareça" aos leitores se apegaram à Carla, estou trabalhando nesse projeto. Mas também tem um livro infantil, e um que fala sobre uma vila onde os moradores são animais!


- Como você enxerga a literatura nacional? Um tesouro ainda sendo descoberto, ou talvez ainda sendo valorizado. Nós temos trabalhos e escritores incríveis aqui, mas que não são divulgados. Eu mesma conheci trabalhos fantásticos depois que entrei para o universo dos autores que eu queria com certeza ter conhecido antes. Eu acho uma pena essa falta de promoção dos autores nacionais, são pérolas que enriquecem nossa cultura. Eu amo muitos.

- Deixe uma mensagem para os leitores. Aos meus queridos leitores eu gostaria de dizer que o silêncio acabou, nós temos voz para ser usada. Falem, se informem, denunciem, coloquem a voz no mundo, não se deixem anular, nós temos poder e conteúdo. A era é de mudança, acabar com o sofrimento e trazer mentes abertas, o passado já foi muito cruel, daqui para frente só conquistas. Que o “Por incrível que pareça” seja uma semente na vida de cada leitor e que floresça a diferença, que inspire, motive, dê força, seja o pontapé de muita coisa boa na vida de todos. Vocês não estão sozinhos, estamos juntos nessa e em todas as outras causas!

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Livro: Por incrível que pareça - Sinopse

Carla tem uma vida agitada, é professora e ainda tem mais dois empregos. Em sua jornada de trabalho sempre costumava dar aulas para crianças, mas neste ano pegou a grade de uma turma de jovens no ensino médio. Será uma experiência diferente em sua vida.
Para a sua surpresa, a jovem moça percebe que o relacionamento de sua vizinha com o namorado passou a ser muito recorrente em sua vida, e isso se torna um grande questionamento diário. Sendo assim, resolve levar o assunto ao seu analista. 
Acompanhando as mudanças que ocorrem nessa relação adolescente, começa a se desagradar com o que parece se tornar um relacionamento abusivo. Ao ver-se sem reação diante da situação, não fica satisfeita. Entretanto, apenas com autoconhecimento, por incrível que pareça, encontrará as respostas que precisa e essa história mudará sua vida!


Minibiografia

Sou aluna do curso de Letras, da faculdade Unigranrio. Escrevi e publiquei meu primeiro livro de Romance baseado em fatos reais, "Por incrível que pareça", neste ano de 2018. Além de escritora, sou professora, contadora de histórias e atualmente palestrante em razão da temática abordada  no livro. Minhas funções me fazem dar caminho à minha missão de vida - que é resgatar, transformar e iluminar a vida das pessoas através do meu trabalho. Amo e defendo os animais, adoro a luz do Sol, as pessoas que cruzam o meu caminho e me ensinam algo bom, e sempre busco acolher e compartilhar saberes.





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