sábado, 23 de abril de 2011

Nação brasileira


Sociedade destemida, afrontada e sofrida
Somos nós os brasileiros
Em qualquer lugar lá fora
somos vistos baderneiros

Somos apenas mais um país
ainda em desenvolvimento
a espera de um empréstimo
para trazer um crescimento

Mas o que cresce é o juros
a dependência e a humilhação
A esperteza de quem manda
E o descaso da nação

Nação que está cansada
De acreditar em promessas
em falsos políticos
Que ensaiam suas rezas

Rezam discursos decorados
De quem luta por um espaço
No Planalto das vergonhas
Será só mais um palhaço

Nossa política é corrompida
Por aqueles que se esquecem
de ser representantes sociais
Para ser o que querem

Todos entram com a mesma ideia
Querendo se dar bem
Para deixar de ser mais um
brasileiro refém

Refém da malandragem
Do poder paralelo
que domina e amendronta
Sem nenhuma vergonha

Refém da violência, do tráfico, da fome
De quem sofre com o medo
De ser mais uma vítima
Do descontrole urbano

Aqui ninguém está seguro
Nem mesmo a polícia
Não se tem segurança
E só cresce a matança

Nasce um, morre dez
Quem se importa? É bandido!
Só quem chora é a mãe
De deixar ele ter nascido

Nascido na favela,
Porque não tinha onde morar
Escondido entre vielas
Nunca soube o que é brincar

Brincar de pique-e-esconde
Ou então de corrida
Para aprender a se esconder
De uma bala perdida

Vivo num País rico
De belezas naturais
Das mais belas paisagens
Que aos turistas atrai

Vêm aqui só para gastar
Para ver de perto o sofrimento
O quanto eles têm de sobra
E aqui o povo implora

Mas nem por isso desistimos
O nosso orgulho é ir à luta
Se está ruim a gente inventa
E tenta outra vez

Não tem colégio, nem hospital,
segurança nem pensar,
transporte é ir a pé,
E a gente segue na fé
De que um dia isso muda
Que a justiça chegará
Para os pobres brasileiros
Que aos olhos dos entrangeiros
Só sabem sambar

E ainda tem o futebol
Nosso orgulho nacional
Um motivo para vibrar
Além do carnaval

Abadá é para os ricos
Pobre vai é pra pipoca
Ou então pra arquibancada
Se tu for carioca

Escondido atrás da máscara
Na euforia de uns dias
Que ajudam a aliviar
Verdadeiras agonias

Agonia de viver
Num país tão desigual
Que festeja o que não tem
Como se fosse natural

Unidos na torcida
Precisamos venerar
Se não tem um presidente
A um time vamos nos juntar

Por um time de futebol
Por uma escola de samba
O povo vibra e canta
Mesmo sofrido, ainda ama

Para que se preocupar
Com o futuro do Brasil
O que importa é a mão-de-obra
O que é caro a gente importa

Nossa fauna e flora é rica
Mas onde vai parar
A comida que nos falta
E temos medo de acabar

Não acaba, é desviada
Assim como tudo de valor
O dinheiro do Senado
Se alguém viu, também roubou


Débora Sader

16 / 04 / 2009

Um comentário:

  1. BRASIL UFANO

    doença de baixa estima
    tatuada, carimbada,
    na identidade nativa

    terra de proscritos
    aventureiros fugitivos
    indios e negros escravizados

    nossos antepassados
    vulneráveis passados
    toscos empobrecidos

    na Terra do Cruzeiro
    aportaram seus sonhos
    Nação mestiça desenhada

    vestígios hereditários
    impregnados nas índoles
    de um povo submisso

    detentores de riquezas
    maravilhas cobiçadas
    ufanismo em escarnios

    pobre Brasil rico,
    intenso, varonil,
    com seus filhos servis...

    Ediloy A.C.Ferraro

    Parabéns pelo seu blog, visite-me www.blogdoediloy.blogspot.com

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário! Ficamos felizes com ele :)

Espaço Poético